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quinta-feira, 4 de março de 2010

08 DE MARÇO: DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Em 08 de março de 1857, operárias de uma fabrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve, por melhores condições de trabalho. Ocuparam a fábrica exigindo redução da carga de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.


A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem a mulheres que morreram na fábrica em 1857.

O Dia internacional da Mulher, não é uma data meramente comemorativa, é uma data para refletir o papel da mulher na sociedade atual. Um dia para protestar e buscar o caminho da luta para combater o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

O mandato da vereadora Alexandra Bahia, acredita na luta das mulheres de Jordânia e do Brasil para juntos construirmos uma cidade e um país melhor. Vamos em 2010, continuar trilhando o caminho da Justiça, da democracia e da igualdade de direitos entre homens e mulheres, elegendo pela primeira vez na história do Brasil uma mulher Presidente.,

Por assessoria.



Mulher, com cabeça e tudo




por Marli Gonçalves * –




Começou. Vem de todos os lados. De um dia, ou melhor, de um mês para outro, a mulher entra na ordem do dia, quase mais que no Carnaval, quando o importante é ter peito e bunda, e sacudir os dois.



Já recebi toda sorte de mensagens comerciais, estéticas e chatas sobre o Dia da Mulher, de gente achando que é um dia igual a qualquer outro desses comerciais. Juro: recebi um e-mail que falava de uma promoção de viagem só para mulheres, para Las Vegas. Um trecho dizia algo parecido com isso: “O presente para a sua mulher que ela retribuirá na volta”. O roteiro inclui idas aos cabeleireiros, shows de strippers, passeios de limusine, bebida. Só não deixou claro se vai ter comida.



Ou seja, o presente para a mulher é se ver livre dela por alguns dias. E, da parte dela, ganhar e saber o que o mundo livre pode lhe proporcionar longe dos olhos dos fiascos de seus maridos.



Não vou ser a primeira, graças, a afirmar isso, mas preciso repetir. Mulher que é mulher sabe que é mais do que toda essa turba insiste em pechar. Mulher tem cabeça, não é bacalhau nem camarão, embora algumas estejam se vendendo por quilo. Mulher que é mulher sabe o quanto tudo é difícil e ainda – ainda, ainda, ainda! – tão cheio de preconceitos e proibições. Mulher que é mulher sabe, ou pelo menos deveria saber, que o Dia da Mulher é uma data política, que marca nossos primeiros gritos para o mundo: Quero votar! Quero dar! Quero ter prazer! Quero trabalhar! Eu posso, você também! Não se submeta!



E sabe que é data para lembrar de continuar gritando, o que ainda faremos por muito tempo: Eu posso! Eu sei! Eu tenho que ganhar igual! Não sou prisioneira! Eu posso!



Já estou até vendo as declarações de certas pessoas, mulheres, sim, mas mulheres a quem não foi dado o dom de perceber isso fora de vontades e horários eleitorais, que fazem de tudo uma grande massa das massas pelas massas. Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é vestir a capa e o gestual da rudez masculina. A mulher não é mais mulher ou mais legal porque trabalha hoje como caminhoneira, lixeira, porque pula de paraquedas, porque manda e desmanda, o cacete a quatro, ou porque pode ser ministra, presidente, chanceler ou ditadora. Chega de espanto. Isso é normal. Mulher é gente, e o que gente faz a mulher pode fazer. Só que antes não deixavam a gente fazer algumas dessas coisas, nem quando precisávamos.



Quem não sabia que era assim é que fica espantado hoje em ver as “rachas”, “rachadas” – entre outros apelidos tão carinhosos como porcos-espinhos- em cima de ondas altas, no topo das montanhas, manipulando células, mandando ver.



A mulher precisou. Sair para trabalhar, criar, pintar e bordar, além de cozinhar. Ter o filho que queria, sem vir junto o penduricalho que o inocula. A mulher quis ser ouvida com sua linguagem e visão particular, mostrar sua cara ao mundo. Cara que fica na cabeça, que pensa, antes de ser bonita ou feia. Sem essa de Marte e Vênus. Somos todos terráqueos. Apenas alguns bem mais atrasados que outros, que ainda jogam pedra, mutilam clitóris, e impõem véus e suplícios. Como os muitos brasileiros que ainda subjugam meninas-crianças, que matam e envenenam, que roubam a estima e a confiança das que encontram pelo caminho, e agora na internet.



Somos diferentes, sim. Não há dúvida. Nem melhores ou piores. Diferentes, de uma diferença que deve ser aproveitada, expandida, comemorada. Vemos as cores e a vida de forma diversa e mais rica. A força que não temos pode aparecer do nada quando precisamos, mais ainda se for para defender o que e quem for nosso. Ainda não tomamos Viagra ou similares. Uma música, um toque, uma poesia, nos eleva, de graça. Sofremos, choramos, batemos os pés, mexemos as mãos e jogamos os cabelos como só nós sabemos. Que nos desculpem os travestis e etc, mas igual, igual que nem, não dá para ser. Nem com a operação de corte e “embutimento”.



Nosso andar é rebolado, nosso pescoço mais fino, nosso cheiro é atraente, nossas roupas, sapatos e bolsas mais legais. Uma calcinha, por mais barata que seja, é mais legal do que uma cueca. Nossa voz pode ser fina. Mas sabe engrossar. Nossas mãos podem ter calos, mas as unhas estarão pintadas. E, mesmo que curtas, podem fazer um estrago. Do nosso peito sai leite. Vertemos sangue. Somos a vida. Mas a violência ainda nos oprime.



* Marli Gonçalves, São Paulo-SP, é jornalista.

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