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sábado, 7 de novembro de 2009

ULTIMATUM

Mandato de despejo aos mandarins do mundo

Fora tu,

reles

esnobe

plebeu

E fora tu, imperialista das sucatas

Charlatão da sinceridade

e tu, da juba socialista, e tu, qualquer outro

Ultimatum a todos eles

E a todos que sejam como eles

Todos!Monte de tijolos com pretensões a casa

Inútil luxo, megalomania triunfante

E tu, Brasil, blague de Pedro Álvares Cabral

Que nem te queria descobrirUltimatum a vós que confundis o humano com o popular

Que confundis tudo

Vós, anarquistas deveras sinceros

Socialistas a invocar a sua qualidade de trabalhadores

Para quererem deixar de trabalhar

Sim, todos vós que representais o mundo

Homens altos

Passai por baixo do meu desprezo

Passai aristocratas de tanga de ouro

Passai Frouxos

Passai radicais do pouco

Quem acredita neles?

Mandem tudo isso para casa

Descascar batatas simbólicasFechem-me tudo isso a chave

E deitem a chave fora

Sufoco de ter só isso a minha volta

Deixem-me respirar

Abram todas as janelas

Abram mais janelas

Do que todas as janelas que há no mundoNenhuma idéia grande

Nenhuma corrente política

Que soe a uma idéia grão

E o mundo quer a inteligência nova

A sensibilidade novaO mundo tem sede de que se crie

Porque aí está apodrecer a vida

Quando muito é estrume para o futuro

O que aí está não pode durar

Porque não é nadaEu da raça dos navegadores

Afirmo que não pode durar

Eu da raça dos descobridores

Desprezo o que seja menos

Que descobrir um novo mundoProclamo isso bem alto

Braços erguidos

Fitando o AtlânticoE saudando abstractamente o infinito."Álvaro de Campos, em 1917



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