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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Pedra Azul - Alegria e Tradição nas ruas: Boi de Janeiro.

Os seis primeiros dias do ano em Pedra Azul, carinhosamente apelidada de Princesinha do Sertão, são marcados por muita festa, cultura e tradição. Isto graças aos Bois – de Janeiro que saem pelas ruas em homenagem a Santo Reis.



A a cidade é tomada pela alegria das vestes coloridas, do Boi – de Janeiro e de sua grande companheira, a Maria Teresa (Grande Boneca confeccionada pelos os foliões para acompanhar o Boi). Centena de pessoas saem das suas casa para prestigiar a manifestação.


Os grupos de foliões (nome que dado as pessoas que tocam os instrumentos enquanto o boi “samba”), geralmente pessoas dos bairros periféricos da cidade, esbanjam criatividade e sabedoria popular, ao entoar canções que trazem misticismo, religião e crença popular.


Durante estes seis dias, estarei fazendo a cobertura desta festa da cultura popular, que além de uma manifestação artística, é um das grandes sobreviventes da “luta” da contra a cultura de massa.

BOI DE JANEIRO

A História do Boi – de – Janeiro
O boi é um animal especialmente cultuado em Pedra Azul. Sem dúvida alguma, ainda é a maior fonte de renda do município, mesmo com todo o desenvolvimento do comércio, das minerações e os serviços públicos. Relacionado à criação do boi há o Boi-de-Janeiro, ou Bumba-meu-Boi. O Boi-de-Janeiro é uma folia que acontece de primeiro a seis de janeiro, em homenagem aos Santos Reis (ou seja, os três Reis Magos), fazendo assim parte das festas chamadas de Reisado, comuns também em outras partes do país. Os reiseiros saem em grupos que vão de casa em casa entoando composições do cancioneiro popular, acompanhados de um dançarino vestido com uma armação em forma de corpo e cabeça de boi imitando os movimentos de um bovino tendo como companheira, uma boneca gigantesca, chamada Maria Tereza, que dança em movimentos espaçosos à frente do Boi, e como dizem no vocabulário da região, saem enrabando as crianças (ou seja, correm atráz das crianças).


No dia seis, os grupos se encontram e os bois dançam. Antes costumavam formular uma briga pela Maria Tereza. Apenas um sai ganhador, e este grupo levará e Maria Tereza no ano seguinte. Hoje em dia, já não existe disputa. Todos ganham um troféu pela exibição.


Trata-se de uma reminiscência de costumes que remontam ao sétimo milênio antes de Cristo, tempo em que havia toda uma série de costumes com ritos e interessantes similares ao Boi-de-Janeiro, como é conhecido em Pedra Azul.


1º Dia: Que rufem os tambores culturais: A festa Começou!!


Na cidade de Pedra Azul, existem cerca de 15 Grupos de foliões e seus respectivos bois – de Janeiro e Maria Teresas, segundo último levantamento feito pela Secretaria Municipal de Cultura. Estes grupos trabalham duro no último semestre do ano, para confeccionar os bonecos (Boi e Maria Teresa), que fazem a festa de toda a população pedraazulense. Os instrumentos, em sua maioria, também são confeccionados artesanalmente pelos próprios foliões.

É também de responsabilidade dos foliões, a criativa tarefa de apelidar os bonecos. Os nomes são tão atrativos, quando a roupa que cobrem os bonecos e variam desde homenagens as pessoas da cidade a grandes nomes da música popular brasileira e personagens de novela.


Neste primeiro dia de festa, acompanhei o grupo de Foliões do Bairro Getúlio Vargas, com o Boi de Janeiro “J.J.” e a Maria Teresa “Elenita”. O grupo conta com 15 foliões e liderado por Biraildes Teixeira. Bira, como é conhecido, de 40 anos, faz parte da Folia de reis desde os 13 anos de Idade.


Os foliões por onde passaram atraíram uma multidão de moradores e turistas, que alegremente saudavam o Boi J.J. e a exuberante “Elenita”. Como retribuição o grupo cantava e dançava de forma incansável.


Após passar pelo Centro da cidade o grupo seguiu para o seu bairro de Origem, onde percorreu as casas até por volta das 4 horas da manhã.




“Já saiu as três Marias,

De noite pela Rua,

Procurando a Jesus Cristo,

Pra Nunca mais poder achar.

Lá no céu tem um Santinho,

Que se chama Seu Mateus.

Ai, ai meu Deus, que se chama

Seu Mateus.”

Esta é uma das canções que os “reiseiros” cantava enquanto percorriam as ruas da cidade.
Grupo de Foliões do B. Getúlio Vargas



Fonte:

Rede de Jovens Comunicadores do Semiárido/MG





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