Click here for Myspace Layouts

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Dissertação de Mestrado transforma-se em livro...

E livro que trás cultura do Vale do Jequitinhonha.



O ARTESÃO DA MEMÓRIA No Vale do Jequitinhonha
O livro, publicado a partir da dissertação de mestrado da autora, apresentada à Faculdade de Letras da UFMG, oferece uma instigante interpretação de alguns contos populares do Vale do Jequitinhonha. O texto é produto de uma inquietação perante um quadro sociocultural no qual ainda existem pessoas entrelaçadas pela troca de experiências e unidas pela arte de narrar em torno da produção artesanal. A figura do narrador ou contador de histórias e História, herói que é memória viva do grupo ao qual pertence, que une o fio de uma vida às outras tantas, passadas e presentes, revela que a memória histórica da região é refletida e elaborada pelo imaginário nos contos e casos populares. Ao todo, a autora trabalha com a interpretação de nove contos provenientes de Turmalina, Minas Novas e Serro, que são apresentados transcritos no final do livro.

A inversão entre conto e história é a apropriação que os narradores fazem dos elementos da história do Vale do Jequitinhonha, como contam novamente essa história, como apresentam questões a ela. O conto que é história gira em torno, quase sempre, da tentativa de ascenção social, que implica, de acordo com a autora, a inversão da estrutura de poder e, portanto, numa maneira de narrar a estrutura social dicotômica. Por fim, a pureza e o perigo cercam a figura feminina, que é ao mesmo tempo ameaçadora e submissa. A partir de uma análise acerca da dubiedade das palavras num dos contos apresentados a autora conclui que a mulher é também terra, terra brasileira, e que o homem é também o colonizador. A pureza, a terra virgem, a mulher filha de seu pai. O perigo, a terra devastada, a mulher nas mãos do filho do pai que são os súditos do rei, que lhe roubam a filha, provocando um incesto social, uma inversão da ordem estabelecida.

Nesse sentido, a busca de escutar uma versão de história que contrarie a história oficial precisa lançar mão de outros métodos que não a escuta, ou ao menos admiti-los como possibilidade de análise numa tentativa de não reduzir a complexidade do social à possibilidade do discurso.

O trabalho é rico no que concerne a um pequeno feixe de visão sobre o Jequitinhonha, a saber: a análise dos chamados "contos populares" contados por homens. É dentro desse escopo que pode fazer sentido as considerações da autora acerca da leitura "popular" de um trajeto histórico

Livro de : VERA LUCIA FELICIO PEREIRA










Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá,
Não publicaremos comentários ofensivos e que não estejam simetricamente em consonância com o artigo. Se preferir use o e-mail